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CARLOS POÇAS FALCÃO
( Portugal )
Nasceu em Guimarães, em 1951.
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu durante alguns anos a advocacia, que abandonou para se dedicar à docência e à escrita. Tem colaboração dispersa por numerosas publicações e revistas literárias.
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Dia de aguaceiros. Sei que os jardins
não são os de Academos. Mas vou pelos passeios
entre a escrita das chuvadas no saibro e discreta
disposição do Logos na murta dos canteiros.
Dia de amentilhos, gravetos, muros verdes:
as alamedas param e os cedros repousam
a terra tão porosa que facilmente encanta
— e eu cedo e levo ao chão a mão inteira, a medo.
Retiro-a manchada por um líquen de areia.
Aprendo por contacto que o Verbo nos irmana
baixando intelecções a corpos indefesos.
E um século à volta abre guarda-chuvas negros.
ENQUANTO PROMETEMOS O DIA DA CORAGEM
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Fui colher as primícias das mimosas
que é o que faziam as imagens dos poetas.
Bebi depois à morte das flores
escrevi não sei se isto
e quando enfim caí já o dia ameaçava.
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Página publicada em novembro de 2021
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